“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


terça-feira, 21 de abril de 2015

'Elimine o mal pela raiz'

Elimine o mal pela raiz  - Aprendendo com as abelhas africanizadas (Apis mellifera).
 “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se...”.¹

As abelhas Apis mellifera podem ser parasitadas pelo ácaro Varroa destructor. Uma abelha africanizada ao detectar este ácaro, em sua colméia, procura eliminá-lo. Por sua vez, as operárias de A. mellifera de origem italiana não são tão eficientes neste comportamento e, por isso, são mais susceptíveis. Um simples ácaro, aparentemente inofensivo, pode multiplicar-se e exterminar toda a colmeia. Milhares delas têm sido destruídas, em várias partes do mundo.
Varroa em pupa de A. mellifera
Varroa em adulto de A. mellifera
O que eu aprendo? 
Não devo subestimar os pequenos problemas. 
Muitos deles, se não forem eliminados logo, podem causar danos irreparáveis.

Muitos pais não atentam para o comportamento dos filhos tais como pequenas rebeldias, atitudes estranhas, determinadas amizades. Inadvertidamente, alguns atribuem à conduta própria de adolescentes e, brincam, chamando-os de aborrecentes.
Igualmente, subestimando os pequenos eventos, muitas famílias afundam-se em dívidas que começam pequenas, inofensivas. 
Muitos casais separam-se porque não enfrentaram os pequenos conflitos, no seu nascedouro.
Por outro lado, muitos, envolvidos pela rotina, estresse, pressões do dia a dia, deixam o seu primeiro amor por Deus. Lentamente vão se afastando. Não começa de repente. É devagar. Vão adiando a leitura da Bíblia, a oração, a comunhão com os irmãos na igreja. Permitem que coisas pequenas, fugazes roubem a presença do Pai.

O profeta Daniel (por volta de 600 a.C.) tem muito a nos ensinar. Escravo num país estranho, decidiu não se contaminar e honrar a Deus em todas as coisas, mesmo com risco de vida.1
Aprendemos ainda com a igreja cristã primitiva a ter discernimento diante de pequenos conflitos. Um pequeno incidente, murmuração dos helenistas quanto à lisura na distribuição de mantimentos às viúvas, não foi ignorado, contestado e sim, enfrentado com sabedoria e, providências imediatas foram tomadas. Sete homens íntegros foram consagrados ao diaconato, facilitando uma distribuição mais equitativa. Se o germe da discórdia não fosse contido logo no início, poderia ter crescido e abalado tragicamente aquela igreja. O resultado do zelo foi a manutenção do crescimento da igreja e a obediência à fé.²

As crises podem ser boas oportunidades para amadurecimento se forem percebidas e resolvidas; seja por mudança de rumo, formulação de novos projetos ou novas estratégias. 
O germe da amargura, da rebeldia, das dívidas deve ser cortado pela raiz, tão cedo seja percebido. Mais tarde fica mais difícil e os estragos poderão ser grandes.
Da mesma forma, há pequenas situações que podem ser a base de grandes conquistas. A nossa atitude ditará o nosso futuro: o início de uma grande bênção como também de uma grande complicação.
Para Refletir: Você está atento ao que acontece ao seu redor, com relação à sua família, relacionamentos, profissão, uso dos bens? Como age quando surge um germe da discórdia? Tem algo que tem incomodado o seu coração? Há algo que você pode fazer para resolver isto? Ore, avalie à luz da Palavra de Deus e, se confirmado, aja, sem demora.
Oração: “Senhor, meu Deus, como eu preciso da Sua orientação em todos os aspectos de minha vida, tanto nos grandes como nos pequenos acontecimentos, conflitos, nas pequenas decisões, nos pequenos detalhes do meu dia a dia. Orienta-me, dê-me sabedoria para saber dar o valor devido ao que acontece e agir adequadamente. Em nome de Jesus, amém”. 

Citações
¹  Daniel 1.8a.

²  Atos 6.1-7.

'Fincando alicerce!'

Rocha ou Areia? - Aprendendo com os castores (Castor canadensis).
“E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína”.1

Os castores, mamíferos da América do Norte, são hábeis construtores, edificando represas e casas com galhos, barros e pedras, em rios e lagos de água doce.  As represas protegem a família contra a correnteza, predadores, frio e a escassez de água, em períodos de seca.2,3 Nas chuvas, quando a água do rio sobe, fazem buracos, como comportas de um dique, para nivelar a água.
Suas casas possuem uma ou duas antecâmaras, acima do nível das enchentes, para secagem do pêlo. A entrada é submersa para evitar predadores. Perseguidos, mergulham, ficando até por 15 minutos embaixo da água.
De hábito noturno, pelagem castanha escura, os castores são fortes, com caudas singulares, achatadas, alargando-se na extremidade distal, como uma raquete.
Alimentam-se de cascas e folhas de árvores, como salgueiros e álamos, existentes nas proximidades dos rios onde habitam. Gregários, convivem como casais, formando colônias numerosas com diversas famílias o que ajuda na proteção e manutenção das represas, pelo trabalho coletivo.
Representam grande exemplo pelo trabalho árduo, cuidado com a família e solidariedade entre as famílias. Os castores nos levam a meditar sobre o modo e o alicerce com que temos conduzido a construção da nossa vida pessoal, familiar e comunitária. A reflexão que nos leva é: 'Temos embasado nossa vida em rochas ou em areias? Temos ouvido e praticado a Palavra do Senhor ou, de modo insensato, mesmo sendo alertados, não tomamos posição e não praticamos?'
http://it.wikipedia.org/wiki/Castor_canadensis#/media/File:Castor_canadensis1.jpg
Jesus comparou a edificação de uma casa com ouvir e praticar a Sua Palavra. Quem ouve e não pratica é semelhante aos que constroem sua casa na areia. A chuva forte derruba a casa. Ela não consegue oferecer o abrigo que ele tanto precisa, neste momento difícil. Por outro lado, aqueles que constroem sua casa com alicerces, sobre a rocha, fica protegido. Sua casa funciona como refúgio, resistindo aos vendavais e as tempestades.
Dois grupos distintos de pessoas: ouve/não pratica e ouve/pratica. Ambos ouvem e sofrem tempestades. Qual a diferença? O primeiro grupo refere-se a pessoas que vivem de modo incoerente com o que ouvem e pregam. Podem defender idéias, mas não as vivem. Por outro lado, a prática da Palavra consolida a fé, fortalece o interior para resistir às lutas, sem se deixar abater.

A nossa conduta determina o alicerce que nos sustenta, afetando drasticamente nossa própria vida e a de nossa comunidade. Os que estão fora do plano de Deus tornam-se perigosos aos que convivem com ele. Contudo,  alicerces bem consolidados favorecem a todos.

Para Refletir: A que grupo você pertence? Como tem sido o seu relacionamento com Deus? Tem procurado entender a Sua vontade e se esforçado em praticá-la?

Oração: “Senhor, perdão porque muitas vezes não tenho me esforçado em aprender e praticar a Sua vontade expressa em Sua Palavra Santa. Que o meu prazer esteja na Sua lei e nela eu medite de dia e de noite. Que o meu interior esteja impregnado dela de modo que a pratique, sem pestanejar, mesmo quando antevejo perdas imediatas. Em nome de Jesus, amém”.


 Citações
1 Mateus 7.26-27.
2 Smith, D. W.; Peterson, R. O. Behavior of beaver in lakes
with varying water levels in northern Minnesota. Environmental Management. 15(3): 395-401, 1991.
3 Gallant, D.; Bérubé, C.H.; Tremblay, E.; Vasseur, L. An extensive study of the foraging ecology of 
           beavers (Castor canadensis). Canadian Journal of Zoology. V. 82, n.6, p. 922-933, 2004. 
          Acessado dia 18/11/2008. http://www.colby.edu/academics_cs/courses/BI312/upload/ForagingBeaversHabitatQuality.pdf

quinta-feira, 16 de abril de 2015

'Na vida, morremos uma só vez, não podemos dar vexame'.

Dra Ana Cláudia Arantes - Médica geriatra
"A morte é um dia que vale a pena" - Palestra na Faculdade de Medicina na USP

Recebi este vídeo (sensacional) da minha amiga Rosângela E. Heringer, sobre doente terminal. 
Aprendi muito e gostaria de refletir em 3 pontos:

1. É verdade, estamos todos na fila da morte!
         Parece trágico? Não! É a consciência de que a morte é inevitável e, a cada dia, estamos mais próximo dela.
         No Brasil, cerca de 1 milhão e cem pessoas morrem anualmente e um dia eu, você ou algum familiar/amigo fará parte desta estatística. 
         Certo médico disse que, no leito de morte, ninguém se arrepende de não ter comprado determinada propriedade ou de negócios mal feitos e sim, de relacionamentos mal resolvidos.
          No leito de morte, a maioria  reconsidera sua vida e busca reconciliação com Deus e os homens.
Refletindo: Consciente de estar na fila invisível da morte, quero viver intensamente, um dia de cada vez, sem armazenar mágoas, sem cultivar a ira, sendo mais generosa em agradecer e tardia em criticar: 'Ensina-me a fazer isto, Senhor!'
         Deus disse para o Rei Ezequias: "Põe em ordem a tua casa, porque morrerás e não viverás" (Isaías 38.1).
         Que possamos viver sempre nesta perspectiva. Saboreando cada momento, com nossa casa arrumadinha de modo que o dia da nossa morte será mais um dia que valerá a pena viver.

2. O que temos feito na fila da morte?
         Temos sido fúteis, preocupando-nos mais com a aparência do que com o caráter? Com o ter do que com o ser? Temos desperdiçado nossa vida e a oportunidade de deixarmos marcas que deixem saudades?
         Não há tempo para desperdício! Que não adiemos a reconciliação, o perdão, o reconhecimento para última hora.
Refletindo: Há alguém que preciso pedir perdão? Há alguém merecedor do meu agradecimento? Por que adiar?
         Afinal:  'Na vida, morremos uma só vez e não podemos dar vexame' (Ana Cláudia).
'Senhor, ensina-me a uma vida de tal maneira que
vai valer a pena viver o dia da nossa morte!'

 "... prepara-te, ó Israel ('prepara-te, ó coloque aqui o seu nome) para te encontrares com o Teu Deus" (Amós 4.12).