“... Sob a Tua Palavra lançarei as redes" (Lc 5.5b)


'O Teu caminho, ó Deus, é de santidade.

Que Deus é tão grande como o nosso Deus?

Tu és o Deus que opera maravilhas e, entre os povos, tens feito notório o teu poder" (Sl 77.13-14)


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

'Apascentando ovelhas ou entretendo bodes?'

Apascentando ovelhas ou entretendo bodes? - Aprendendo com as ovelhas (Ovis aries)
Texto Bíblico: “O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos" (Pv 16.9).

Charles Spurgeon (1834-1892) discorreu sobre o tema: “Apascentando ovelhas ou entretendo bodes?” Tema atual!
 Hoje, vemos igrejas que se esmeram nas artes de entretenimento para atrair pessoas, mesmo à custa da sã doutrina e outras, que se contrapõem rigorosamente. Duas escolas, com posturas distintas: teologias da prosperidade ou da aflição.

Os adeptos da teologia da prosperidade propõem semanas de reivindicações, exigências, amuletos para alcançar as bênçãos de Deus. Constroem templos luxuosos, usam técnicas especiais para manipular as emoções. Prometem curas, lucros fáceis e vitórias, negociam valores, expõem futilidades e vaidades pessoais, numa busca sem nexo por títulos religiosos. Pouco se fala sobre o pecado, o arrependimento, a obediência e o compromisso com Deus.
Por sua vez, os simpatizantes da teologia das aflições usam a tática da ameaça de um Deus tirano e legalista. É o excesso de leis, rituais, cobranças, costumes, muitos deles impossíveis de se praticar, tornando as pessoas murchas, frustradas, exaustas porque não conseguem atingir o padrão exigido. Vivem sob o domínio da lei, do medo e não do amor, da graça e da misericórdia de Deus. Não oram por cura, por libertação porque não se sentem merecedores (Tg 5.13-16).

Jesus disse que no mundo teríamos aflições, mas que mantivéssemos o foco n’Ele, porque Ele venceu o mundo (Jo 16.33b).
Jesus confrontou e denunciou traidores, interesseiros e, jamais, negociou valores eternos. Quando, gradualmente, foi sendo abandonado pelas multidões e pelos Seus discípulos, não mudou o teor de Suas Palavras. Indagou aos doze apóstolos se não queriam afastar-se. Ao que Pedro respondeu: - “Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6.41-71). Para Pedro, só Jesus poderia dar sentido a sua vida, converter o medo em ousadia, transformar o seu coração e trazer significado à sua história
Nem teologia da prosperidade ou das aflições e sim a Teologia da graça do Deus Emanuel (Mt 1.23), Deus presente, que age, que transforma vidas, que muda as circunstâncias. 
Temos lutas? Sim! Mas não estamos sozinhos. Temos um Deus que luta por nós! 
“Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu Deus além de Ti,que trabalha para aquele que n’Ele espera” (Is 64.4).
As crises e os desertos não são pra nos sufocar, mas pra nos ensinar a mudar o rumo, pra experimentar a Presença e o projeto de Deus (Os 2.14).
No deserto, Deus provê (1 Rs 19), endireita os caminhos e nos oferece tesouros escondidos (Is 45.2-4). Deus nos ensina a depender mais do provedor do que da provisão.
Não estamos sós! Temos um Deus que batalha por nós! O Rei Ezequias tem esta visão quando diz: 
“Sejam fortes e corajosos! Não tenham medo do Rei da Assíria e do seu enorme exército. Pois aquele que está do nosso lado é mais poderoso do que o que está do lado dele. Ele só conta com a força dos homens, mas do nosso lado está o Senhor, nosso Deus, para nos ajudar e para guerrear por nós” (2 Cr 32.7-8)

Entretanto, o nosso Deus quer que saiamos do nosso comodismo, do nosso egoísmo e que frutifiquemos. A salvação é pela graça de Deus e a fé reconhecida pelos seus frutos (Tg 2.14-26). 
No grande julgamento, Jesus separará as ovelhas dos cabritos pelo seu cuidado com os famintos, estrangeiros, enfermos, presidiários. Às ovelhas, o reino e aos cabritos, o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos (Mt 25.31-46). 
Ovelha, o animal mais mencionado na Bíblia, é de grande valor econômico por fornecer carne, leite, lã e couro. Criada em rebanho, é susceptível à doenças e predadores. Indefesa, conhece e obedece o seu pastor, submete-se a tosquia, sem rebeldia. 
Nós somos as ovelhas e Deus, o nosso bom pastor. Ele nos disciplina, nos direciona para a sã doutrina e supre todas as nossas necessidades (Sl 23, Sl 37.4-5).
Com esta certeza, entendemos as provações como transitórias, prenúncios de mananciais (Is 40.11), oportunidades de Deus para provar e alicerçar a consistência da nossa fé e nos preparar para novos desígnios.
Meu sobrinho pastor Maurílio disse que não quer chegar na eternidade e descobrir que cumpriu somente 10% do que Deus tinha preparado pra ele. Sim, vamos nos dispor. 
Nem teologia da prosperidade e nem das aflições e sim a teologia da graça e misericórdia de um Deus que zela por nós e que tem um projeto: 
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9 - grifo acrescentado)

Para Refletir: Qual caminho você tem seguido? A quem tem servido? Tem se submetido a Deus, em todo tempo (na fartura e na escassez)? Tem buscado em Deus a fonte de sabedoria, de discernimento, para entender qual é a Sua vontade para sua vida?


Oração: “Senhor, obrigado pela salvação em Cristo Jesus e por suprir todas as minhas necessidades. Que eu persevere nos Seus santos preceitos e cumpra o Seu propósito, como servo aprovado. Não permita que eu me desvie por atalhos enganosos. Aplaina os meus caminhos e dê-me forças, capacitação para ser útil no Seu projeto. Revista o meu interior com zelo pela Sua Palavra e Sua vontade, até a vinda do nosso Senhor Jesus. Amém.”

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